terça-feira, 10 de agosto de 2010

Óculos e as diversas lentes para correção dos defeitos da visão

Em situação normal, a luz que provém dos objetos entra no olho através da córnea, atravessa os meios transparentes do olho e chega à retina.

A córnea e o cristalino atuam como lentes, focalizando a luz sobre a retina. As células especializadas da retina transformam o estímulo luminoso em impulso nervoso, que é transmitido ao cérebro. O cérebro interpreta esses sinais, dando-se então o sentido da visão.

Chamamos de emetropia a condição em que a luz que chega à retina, proporciona uma imagem nítida, resultando numa visão normal.
 Para ter uma visão normal, um grande número de pessoas necessita do uso de óculos. Esta é a forma habitual de compensar os defeitos da visão, que incluem a miopia, a hipermetropia, o astigmatismo e a presbiopia.

Os defeitos de visão ou ametropias, não devem ser entendidos como doenças, pois decorrem apenas da focalização inadequada da luz que chega à retina.

Na miopia, o olho é habitualmente maior que o normal. Assim, a focalização da imagem não se dá na retina, mas antes dela. Isso resulta numa visão ruim para longe mas ainda boa para perto.

A miopia geralmente surge na infância ou na segunda década de vida, progredindo durante o crescimento da criança e estabilizando-se por volta dos 20 anos de idade.

Crianças podem ter o hábito de olhar os objetos bem de perto. Isto não configura necessariamente miopia.

Para se conseguir uma visão nítida nas ametropias, é necessário deslocar o foco, colocando-o sobre a retina. Isto é obtido na miopia através do uso de lentes divergentes, de superfície côncava.

Na hipermetropia, o olho é menor do que o normal. Assim a imagem dos objetos forma-se depois da retina. A dificuldade de visão é principalmente para perto, para leitura. Entretanto, quando em grau elevado, a hipermetropia pode ocasionar também diminuição da visão para longe.


Em graus pequenos, a hipermetropia pode ser assintomática. Em graus maiores, pode causar cansaço ocular e dor de cabeça, principalmente no fim do dia, após esforço visual prolongado (TV, leitura, computador, etc).

Nas crianças, a hipermetropia pode ser causa de estrabismo.
Para se obter uma visão nítida, sem esforço, é necessário deslocar o foco de forma a colocá-lo sobre a retina. Consegue-se isso na hipermetropia com o uso de lentes convergentes, de superfície convexa.

No astigmatismo, a córnea se comporta como se existissem duas lentes na sua superfície. Por não apresentar uma superfície regular, a diferença de curvatura entre eixos perpendiculares dá origem a dois focos distintos, resultando numa visão desfocada. A visão pode estar dificultada para longe e para perto. O astigmatismo pode vir acompanhado de miopia ou hipermetropia.

O astigmatismo geralmente causa dor ocular e dor de cabeça. É causa freqüente de fotofobia ou intolerância à luz.

As lentes para correção do astigmatismo são chamadas de tóricas e sua notação na receita de óculos corresponde ao cilindro, cujo grau vem acompanhado do eixo corrigido.

A presbiopia, conhecida como vista cansada, é a dificuldade na visão de perto que geralmente surge após os 40 anos de idade. O cristalino, a lente do olho, tem a sua elasticidade diminuída, e o músculo responsável pela acomodação torna-se mais frágil. Resulta daí uma maior dificuldade na mudança do foco da visão de longe para a visão de perto. A presbiopia é um processo relacionado ao envelhecimento.

Há pelo menos três tipos diferentes de lentes para a correção da presbiopia :
a- Lentes Monofocais:
São lentes simples, com foco único, geralmente montadas em armações pequenas e que só devem ser utilizadas na visão de perto, pois desfocam as imagens quando no olhar à distancia.

b- Lentes Bifocais:
São facilmente identificadas pela presença de uma divisão entre a parte superior da lente - para visão à distancia, e a parte inferior da lente- para visão de perto. Têm como principal inconveniente a mudança brusca no grau de longe para perto.

c- Lentes Multifocais:
Representam a evolução das lentes para correção da presbiopia. Procuram imitar o funcionamento do cristalino, proporcionando focos distintos para distancias diferentes. Isto se consegue através de um aumento progressivo do grau, de cima para baixo, permitindo ao usuário o seu uso na visão de longe e perto. Externamente não diferem das lentes comuns, ou seja, não apresentam traço divisório.

Na escolha das lentes é preciso considerar o material utilizado e as características de cada um. As lentes de cristal são mais pesadas e podem quebrar mais facilmente. As de resina são mais leves, porém estão mais sujeitas a arranhões. Recursos como proteção contra riscos, anti-reflexo, lentes que escurecem na claridade (fotocromáticas), etc, podem ser utilizados de acordo com a conveniência e necessidades individuais.